terça-feira, 11 de outubro de 2016

TEMER VAI COBRAR DEPUTADOS INFIÉIS QUE VOTARAM CONTRA PEC DO TETO DE GASTOS

VALDO CRUZ
GUSTAVO URIBE
De Brasília


Governo, apoiadores e oposição, disputando votos pela PEC do teto de Gastos. (Foto: Lúcio Bernardo Júnior/ Câmara dos Deputados)
Apesar de avaliar como "positivo" o resultado da votação do teto dos gastos públicos, o Palácio do Planalto vai cobrar deputados da base aliada que votaram contra o governo ou se ausentaram da sessão desta segunda-feira (10) na Câmara.
O próprio presidente Michel Temer vai conversar com todos os partidos da base aliada, principalmente aqueles em que foram registradas mais traições, para garantir que eles busquem uma unidade nas bancadas em favor das propostas do governo.
O Ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) disse que o presidente vai ter uma DR [discutir a relação] com os partidos da base aliada na busca de garantir maior coesão dos aliados em torno dos projetos governistas. A intenção do presidente é chamar ainda nesta semana, antes de sua viagem internacional, líderes de partidos como PSB e PPS, que registraram taxa elevada de traição na votação do teto, para discutir a relação com o governo.
"Se o presidente disse que vai ter um DR, é óbvio que estamos aguardando. O ministro Geddel Vieira Lima sugeriu ao presidente [cobrar os aliados] e, depois dessa conversa, é que o governo federal vai poder se posicionar ", disse o ministro da Casa Civil. "A base do governo federal se faz com aliados e o governo federal não prende ninguém na base de sustentação", acrescentou.
Segundo a Folha apurou, a estratégia é ameaçar parlamentares infiéis com o risco de perda no espaço caso eles continuem votando contra as medidas do presidente Michel Temer. Um assessor presidencial disse que o objetivo é tentar ampliar o placar desta segunda e não perder votos. 
Além de mirar numa ampliação do placar na votação do segundo turno do teto dos gastos públicos,  o alvo do governo também é a votação do futuro na reforma da Previdência Social.
O PSB,  numericamente, foi o partido da base aliada que mais votou contra a proposta. Dos 32 deputados presentes à sessão, dez votaram contra o governo. O partido tem, no governo, o comando do Ministério de Minas e Energia. 
Além do PSB, PPS e Pros também registraram traições em número considerado elevado pelo Palácio do Planalto.
Com esta estratégia, o governo espera que, no segundo turno da votação da emenda constitucional que cria o teto de gastos públicos, o número de votos a favor da proposta supere os 366  obtidos no primeiro turno. 
Na contabilidade do Palácio do Planalto, a expectativa era conseguir entre 355 e 365 votos no primeiro turno. O resultado final acabou superando em um voto as planilhas do governo.
"A tendência é que a gente aumente o placar [no segundo turno]. Mas tem de medir isso mais próximo do dia da votação", disse o ministro da Casa Civil.

Fonte: Folha de São Paulo

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