segunda-feira, 23 de setembro de 2013

CASO FRIBOI: FILHO DEVE ACUSAR A MÃE DE MANDAR MATAR SEU PAI

FILHO DE EXECUTIVO DO FRIBOI TESTEMUNHARÁ CONTRA MÃE
Luciano Bottini Filho, Agência Estado
O filho de um alto executivo morto em 2008 testemunhará contra a própria mãe, acusada de mandar matar o ex-marido para não dividir os bens. O júri de Giselma Carmen Campos Carneiros Magalhães está marcado para começar nesta terça-feira, 24, no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. Humberto de Campos Magalhães, diretor do frigorífico Friboi, foi morto a tiros por um motoqueiro na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo. A vítima, segundo a acusação, foi atraída por um telefonema do celular do filho mais novo, Carlos Eduardo Magalhães. De acordo com o Ministério Público, o assassino foi contratado pelo meio-irmão de Giselma, Kairon Vaufer Alves, que também será julgado pelo júri popular nesta semana. Na ligação, o motoqueiro teria dito que o filho de Magalhães estava passando mal na rua em que o executivo foi morto. Carlos Eduardo será a principal testemunha de acusação contra a mãe. Giselma chegou a ficar um ano e seis meses detida na Penitenciária Feminina de Santana, na zona norte de São Paulo, mas foi liberada após uma decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal. (AE) Leia aqui a matéria completa sobre o caso▼
Acusada de mandar matar ex-marido deverá ser julgada na terça-feira (24).
FILHO TESTEMUNHA CONTRA MÃE NO JÚRI SOBRE MORTE DE DIRETOR DA FRIBOI
'Foi ela que mandou matar meu pai', diz filho do casal.
O filho da empresária Giselma Carmen Campos, acusada de mandar matar o ex-marido, diretor financeiro grupo Friboi, será a principal testemunha de acusação contra a própria mãe no júri popular marcado para a próxima terça-feira (24) em São Paulo.
Humberto de Campos Magalhães foi morto a tiros por um motoqueiro em uma rua da Zona Oeste da capital em 4 dezembro de 2008. Carlos Eduardo e a mãe deverão ficar frente a frente na sala no Tribunal do Júri. Ele tem certeza de que ela é culpada: "Foi ela que mandou matar meu pai", diz. Além de Giselma, também deverá ser julgado o irmão dela, Kairon Valfer Alves.
Giselma viveu durante 20 anos com o executivo de um dos maiores frigoríficos do país. Segundo a polícia, depois da separação, ela passou a planejar o assassinato do ex-marido.
O celular do filho mais velho do executivo foi usado no crime. A acusação diz que Giselma entregou o telefone a um pistoleiro. O assassino ligou para o executivo, dizendo que o filho dele estava passando mal, no meio da rua. Humberto foi até o local e bateu de casa em casa, à procura de notícias do filho. Quando entrou no carro, um motoqueiro se aproximou e depois de uma rápida discussão disparou dois tiros, um dos quais atingiu o executivo.
O celular usado para atrair a vítima ajudou a esclarecer o crime. O aparelho foi encontrado na casa de Kairon, irmão de Giselma, no Maranhão. Segundo a Polícia, Kairo contratou dois pistoleiros na Cracolândia, região central de São Paulo. A investigação mostrou que Giselma pagou ao irmão e aos assassinos R$ 30 mil para que o ex-marido fosse assassinado.
Humberto Magalhães, de 43 anos, era de origem humilde. Começou como açougueiro e virou o maior executivo da empresa. O empresário se casou com Giselma e teve dois filhos: Carlos Eduardo era o mais novo. As brigas constantes do casal levaram ao fim um relacionamento de 20 anos, mas, segundo o filho, Giselma nunca aceitou a separação.
"Sempre foi uma relação muito dificil entre os dois, de discussões dentro de casa, gritaria de virar a madrugada discutindo", diz Carlos Eduardo. Humberto saiu de casa no fim de 2007 e namorou outras mulheres.
"Primeiramente a polícia imaginou se tratar de um latrocínio, mas no porta-malas do carro tinha uma valise com cheque, dinheiro e cartões", disse o promotor do júri, José Carlos Cosenzo.
Logo nos primeiros dias da investigação, Giselma começou a apresentar um comportamento suspeito, de acordo com a promotoria.
Cosenzo afirma que quando saiu o mandado de busca e apreensão para apreender os computadores e telefones, a empresária recebeu a polícia, mas tentou jogar um chip de telefone na privada. "De repente ela disse: 'estou com vontade de ir no banheiro'. Abaixou, tirou o chip do celular e jogou na privada", conta o promotor.
A investigadora conseguiu puxar esse chip de dentro da bacia da privada. O chip foi a primeira pista que ajudou a polícia a desvendar o crime. A partir dele, os investigadores rastrearam uma rede de ligações telefônicas. E identificaram a quadrilha responsável pela morte de Humberto Magalhães.
Segundo a promotoria, Giselma contratou Kairon, que é ex-presidiário. Kairon contratou Osmar que era uma pessoa que trabalhava como segurança. E Osmar contratou Paulo, apontado como executor.
No primeiro momento, Giselma negou conhecer Kairon. Mas, ao comparar os documentos dos dois, a polícia teve uma surpresa. "Foi verificado que eles eram irmãos. De pais diferentes, mas era a mesma mãe", disse o promotor.
"Acredito que ela mandou assassinar o meu pai por interesse financeiro. Ela não queria dividir o patrimônio que ela tinha com o meu pai com outra pessoa", diz Carlos Eduardo.
Descoberta, Giselma tentou incriminar o próprio filho. "Ela, através das ligações que fazia para pessoas, meio que tentava jogar culpa para mim. Dizia que tinha medo porque eu talvez pudesse estar envolvido", diz Carlos Eduardo.
A polícia chegou a suspeitar do filho do empresário, mas o rastreamento do aparelho celular dele levou à prisão de Kairon, que entregou todo o esquema.
Giselma ficou presa preventivamente por um ano e seis meses na Penitenciária Feminina de Santana, na Zona Norte de São Paulo. A decisão pela soltura de Giselma foi do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Celso de Mello concedeu a liminar no dia 27 de setembro, após analisar o pedido de habeas corpus impetrado pelo advogado da ré, Ademar Gomes.
O Fantástico tentou falar com Giselma, mas ela não atendeu às ligações. Carlos Eduardo tem pouco contato com a mãe. Se falam raramente e só para tratar da venda de bens da familia. Os dois homens contratados para matar o empresário já foram condenados: pegaram 20 anos de cadeia cada um. Carlos Eduardo espera que Giselma seja condenada pela morte do pai dele. "Infelizmente foi ela que mandou fazer isso. O que eu queria realmente era não ter uma mãe que fosse uma assassina", afirmou. (Mídia Com News)

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