segunda-feira, 1 de julho de 2013

A conquista da Copa das Confederações, de uma maneira brilhante, não significa que, subitamente, o Brasil passou a ter um timaço ou que estava melhor do que se dizia

Eduardo Gonçalves de Andrade, apelidado de (Tostão) é ex-jogador, campeão mundial na Copa de 1970, médico e escritor crítico literato. 
Após a vitória sobre o Uruguai, escrevi que o Brasil estava com pinta de campeão. Nem imaginava que seria ganhando de 3 a 0 da Espanha. A atuação, individual e coletiva, do time brasileiro foi excepcional. O Brasil, durante toda a partida, marcou e atacou com vários jogadores.
Um bom início era tudo o que o Brasil precisava para ter mais espaços para contra-atacar com velocidade. Assim, criou inúmeras chances de gol. Fez três e poderia ter feito mais. Novamente, tudo deu certo, com um gol no início do jogo, outro no fim do primeiro tempo e um terceiro nos primeiros minutos da segunda etapa.
A Espanha ainda perdeu um pênalti. A atuação do time espanhol foi fraquíssima, muito pelo ótimo futebol mostrado pelo Brasil. Vicente del Bosque deve ter lamentado não escalar Martínez, no lugar de Xabi Alonso, para manter o esquema tático das últimas conquistas. A defesa era mais protegida. Continue lendo...
A fraca atuação da Espanha não significa que não tenha um excelente time. Depois de vencer a Copa de 2010, a Espanha foi goleada por Portugal e Argentina. Na Copa das Confederações anterior, foi eliminada pelos Estados Unidos e, depois, ganhou o Mundial.
O Barcelona, base da seleção da Espanha, foi goleado, recentemente, duas vezes, pelo Bayern. Estaria decadente o estilo espanhol, de posse de bola e de trocas curtas de passe? O futuro dirá.
Todos os jogadores brasileiros tiveram atuações excepcionais, especialmente Neymar, Fred e Luiz Gustavo.
A conquista da Copa das Confederações, de uma maneira brilhante, não significa que, subitamente, o Brasil passou a ter um timaço ou que estava melhor do que se dizia. Significa que a seleção formou um time com uma maneira definida de jogar e que usou muito bem a vantagem de atuar em casa.
Há milhares de exemplos de times e seleções que, em casa, apoiados pela torcida, crescem e ganham títulos em campeonatos curtos, com jogos mata-mata, contra adversários superiores.
Nos últimos 30 dias, de treinos e jogos, o Brasil atingiu um nível técnico muito maior do que se esperava. Antes do Mundial, com os 20 dias de treinos, poderá recuperar o nível atual. Mas, dificilmente, estará melhor do que hoje.
Parabéns aos jogadores e à comissão técnica. Temos de ficar contentes com a belíssima atuação do Brasil, mas não podemos esquecer que a seleção ganhou, fora de casa, as duas últimas Copas das Confederações e foi mal nos Mundiais. Nada de oba-oba.

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