terça-feira, 18 de junho de 2013

MAIS CINCO BEBÊS MORREM NO PARAZINHO

SEGUNDO O SINDMEPA, HÁ OUTROS 3 RECÉM-NASCIDOS COM INFECÇÃO INTERNADOS NA SANTA CASA
Mais cinco recém-nascidos morreram na Santa Casa de Misericórdia do Pará, no último final de semana, de acordo com informações do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa) e há outros três bebês com infecção pela bactéria Acinetobacter Baumannii em uma das enfermarias do hospital. Entretanto, a Santa Casa informou que a causa do falecimento destes bebês foi extremo baixo peso, e não infecções. O Ministério Público Estadual solicitou ontem informações sobre a morte dos 25 bebês, apenas nos primeiros doze dias de junho, à Santa Casa de Misericórdia do Pará, enquanto o Ministério Público Federal ainda aguarda o envio de formalização da denúncia pelo Sindmepa.
O diretor do Sindmepa, João Gouveia, confirma as novas denúncias. "Quando o sindicato tornam públicas estas informações, pode ter certeza de que elas vieram de fonte fidedigna. É natural que aconteçam novas mortes, pois nada foi feito para mudar, nenhuma providência foi tomada", esclareceu. O médico classificou a direção do hospital como "arbitrária e inconsequente". "Estamos tentando audiência com o secretário de Saúde do Estado e com a direção da Santa Casa há cerca de 30 dias, sem sucesso", denuncia. De acordo com dados enviados pelo hospital ao Sindmepa, foram 25 óbitos de recém-nascidos na Santa Casa, no período apontado. Continue lendo...
A grande concentração de crianças nas enfermarias é um dos problemas identificados pelo sindicato. "Colocam 30 crianças onde deveriam ter dez. A concentração de crianças é o grande problema, pois onde há grande circulação, as chances para infecções são maiores", explicou Gouveia. Ele acredita que a Secretaria de Estado de Saude (Sespa) também precisa assumir sua parcela de culpa. "O governo precisa ser mais enfático com os municípios em relação aos cuidados básicos. Por exemplo, Belém esta regredindo na área infantil e materna. A capital sozinha precisaria de um hospital materno infantil", afirmou o médico.
A falta de alternativas à Santa Casa é outro fator agravante para a enorme demanda por leitos no local. As clínicas infantis Pio XII e Santa Terezinha estão na iminência de fechar as portas. Há pouco, uma clínica particular na avenida Senador Lemos também fechou. "Soubemos pelas redes sociais que a Maternidade do Povo terá sua UTI Neonatal absorvida por um plano de saúde privado, o que deve agravar ainda mais o quadro", avisou Gouveia. "A remuneração oferecida pelo SUS não é atrativa, e afasta as clínicas privadas. Ao mesmo tempo, o governo privatiza os hospitais públicos existentes. É uma receita para o caos", conclui.
Sespa alega que prefeitos devem investir na atenção básica
A Sespa informou, através de sua assessoria que, em seu entendimento "os gestores de saúde dos municípios paraenses precisam investir maciçamente no fortalecimento da Atenção Básica, principalmente no que tange a atenção às grávidas para evitar complicações na hora do parto, e promover a necessidade do planejamento familiar. Para o titular da Sespa, Hélio Franco, é essencial que os profissionais de saúde se atentem para a qualidade do pré-natal, pois muitas complicações na hora do parto ou em recém-nascidos acontecem pela falta de assistência ainda na base, já que muitas doenças genéticas podem ser diagnosticadas durante a gravidez, o que pode reduzir os problemas."

O Estado articula, juntamente com o Município, a ampliação de novos leitos para desafogar a Santa Casa. Paralelamente, já está em fase de conclusão o novo prédio da Santa Casa, que terá mais 110 leitos para atender à demanda da população e que será inaugurado em agosto. Esses novos leitos serão distribuídos para as áreas da pediatria, neonatologia e maternidade. Com esse aumento, o complexo passará a oferecer 516 leitos nessas três áreas. Haverá também um aumento considerável no número de leitos de UTI, que agora contará com 100 unidades disponíveis, sendo 60 para UTI Neonatal, 20 para UTI Pediátrica, 10 para UTI Adulto e 20 para UTI Materna, que não havia na antiga Santa Casa. (Amazônia – ORM)

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