quinta-feira, 25 de abril de 2013

ROBERTO CARLOS CENSURA LIVRO SOBRE OS ANOS 60 QUE CONTA CERTAS INTIMIDADES DELE

ROBERTO CARLOS PEDE RETIRADA DE LIVRO SOBRE OS ANOS 60
Portal da Tarde
Um livro sobre a construção da cultura no Brasil dos anos 60. A moda, os diálogos, a família, a influência dos artistas no desenho da nova adolescência. Seu título: Jovem Guarda: Moda, Música e Juventude. A autora: Maíra Zimmermann, historiadora e professora de moda que conseguiu publicar o que era originalmente sua tese de mestrado, feita com subsídios da Fapesp. A contracapa traz um texto da cantora Wanderléa: "Parabéns, Maíra! Seu maravilhoso trabalho traz muitos elementos pertinentes da trajetória desse tempo tão rico em contradições, transformações e encantamento".
Cinco dias depois do lançamento, uma notificação emitida pelo advogado Marco Antonio Bezerra Campos, que representa Roberto Carlos, chegou a suas mãos. "Verificou-se que o referido livro relata a história da Jovem Guarda que, conforme a própria apresentação do livro dispõe, foi liderado por Roberto Carlos, Erasmo e Wanderléa". Segue: "Por conta disso é que o livro traz uma série de situações que envolvem o notificante e traz detalhes sobre a trajetória de sua vida e de sua intimidade". Ao final, grifa: "Sendo assim, cumpre seja cessada a comercialização do referido livro, bem como ordenado o recolhimento dos exemplares à disposição, no prazo de 10 dias, sob pena das medidas judiciais cabíveis."
A obra de Maíra, enviada por ela à reportagem, não é uma biografia nem não cita detalhes da vida íntima de seus principais personagens abordados: Roberto, Erasmo e Wanderléa, que apresentavam o Programa Jovem Guarda, na TV Record, entre os anos de 1965 e 1967. Uma imagem do trio aparece caricaturizada na capa. "Meu foco é a construção da cultura nos anos de 1960. Fala da Jovem Guarda como movimento de transformação de costumes. Não há menção à vida íntima dos artistas." Continue lendo...
Ontem, por telefone, o advogado de Roberto, Marco Campos, falou com a reportagem. Seu primeiro argumento foi de que o problema era a caricatura da capa do livro que mostrava o cantor, mesmo motivo publicado ontem pelo jornal Folha de S. Paulo. Mas o texto da notificação, além de citar a caricatura da capa como um problema, vai adiante ("traz detalhes sobre a trajetória de sua vida e de sua intimidade"). Campos passou a falar então da necessidade de um pedido de autorização para a publicação, o que Maíra não teria feito. "O que causou a oposição de Roberto ao livro foi o fato de a autora não ter pedido autorização para publicá-lo. Mas ele (Roberto Carlos) não pediu a retirada do livro." Confrontado novamente com o texto da notificação assinada por ele mesmo ("seja ordenado o recolhimento dos exemplares à disposição, no prazo de dez dias, sob pena das medidas judiciais cabíveis"), Campos voltou a afirmar o contrário: "Não vamos pedir a retirada."
Os advogados de Maíra e da editora Estação das Letras e Cores, responsável pela publicação, responderam à notificação de Roberto Carlos com uma contranotificação: "A autora da obra tem o direito constitucional de informar a sociedade brasileira acerca dos fatos relacionados ao movimento cultural Jovem Guarda." O longo documento termina com a decisão de não retirar os exemplares das lojas. "Não havendo qualquer sinal de violação aos direitos à imagem, à honra ou mesmo à privacidade do senhor Roberto Carlos, não há como se acolher os requerimentos formulados na notificação." (Correio do Estado)

0 comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...