sexta-feira, 5 de abril de 2013

Helenilson governador, Nélio deputado estadual, Jailson prefeito da cidade, Emir, Marcílio e Nicolau, vereadores, todos com raízes profundas em Mojuí dos Campos, diante de seu povo, em um momento talvez único da história, protagonizaram a vitória tão sonhada por todos que lutam por ideais e cidadania.

Nelson Vinencci é músico, cantor e compositor da Amazônia, tem uma Coluna o Jornal O Impacto e escreve  aqui no Espalha Brasa.

“Aquele é o filho do Chico Pontes, caixeiro do finado Alonso, estudou é doutor, e agora veio aqui como o nosso governador do Pará...”
            Essas palavras ditas por uma senhora mojuiense de meia idade, próximo a parada de ônibus na praça central de Mojuí dos Campos, marcaram a minha ida até lá, na manhã de Quinta feira (28) de Março 2013.
            Fui ver de perto Helenilson Pontes governador do Pará, entregar uma estrada totalmente asfaltada para seu povo sofrido do planalto santareno. Cena que muito me interessava pelo seu valor sociológico.
            Os primeiros imigrantes nordestinos que chegaram em Mojuí foi supostamente em  1914, retirantes como José Bezerra, Benedito, José e Manuel Viana e outros que por serem analfabetos não registraram o exato momento de suas chegadas na história do lugarejo.
            Já na década de 1950, Antônio Walfredo Pessoa, Maria Walfredo Fernandes, Júlio Walfredo Pontes e outras famílias se instalaram no Vilarejo de Mojuí e Palhauzinho.
            Em 1952, 53, Dom Floriano fez uma grande campanha para conseguir material na intenção de construir a Vila Arigó no bairro da Prainha e retirar debaixo do trapiche, na Praça do Pescador, os retirantes que alí ficavam deixados pelas embarcações, vindos por intermédio de outros nordestinos para Santarém. A maioria deles foi parar em Mojuí.
            Esse povo sofreu muito, sem estudo, sem rumo, sem perspectiva nenhuma, passaram a labutar de sol a sol, em Santarém e em Mojuí dos Campos na lavoura e no comércio.
            Receberam logo do santareno o rótulo de ‘arigó’, nome pejorativo, como ‘mocorongo’, que diminui o ser humano, como se fosse um sem nada, sem destino, sem amanhã.
            Em 1995 teve o primeiro plebiscito em Mojuí dos Campos para ver se o povo queria virar cidade e deixar de ser Vila de Santarém, foi uma tragédia - invadido por políticos cruéis, trapacearam o resultado, em 1999 houve de novo, e 85% votaram a favor, assim virou cidade.
            Todos estes anos Mojuí dos Campos foi reduto de voto de políticos oportunistas e aproveitadores. Mas a liberdade ainda que tarde, raiou no sol quente, eu vi, ninguém me contou, estava lá e presenciei a cena.
            Helenilson Pontes, Nélio Aguiar, Jailson Alves, Emir Aguiar, Marcílio Cunha, Nicolau do Povo e outros nordestinos de sangue puro, comandaram o espetáculo da NOVA SAGA NORDESTINA DE MOJUÍ DOS CAMPOS.
            Helenilson governador, Nélio deputado estadual, Jailson prefeito da cidade, Emir, Marcílio e Nicolau, vereadores, todos com raízes profundas em Mojuí dos Campos, diante de seu povo, em um momento talvez único da história, protagonizaram a vitória tão sonhada por todos que lutam por ideais e cidadania.
            Netos e parentes, dos primeiros nordestinos, inquietos lutadores por dias melhores pelos campos do Mojuí, esbanjavam poder, diante de uma gente que talvez nem acreditasse, que um dia um nordestino de casa, chegasse na cidade como Governador do Pará, diante daquele humilde povo sofrido.
            Então me veio logo as palavras da senhorinha da parada de ônibus: ‘eles estudaram, se formaram, e hoje estão aí’ como vencedores, trazendo cidadania, exemplo de que na democracia a liberdade só tem uma via; a do conhecimento geopolítico.
            Nunca na história daquele povo se esperava que em tão pouco tempo, um nordestino chegasse tão de repente, tão poderoso, onde os que outrora os oprimiram, formavam uma fila enorme para lhes apertarem as mãos, invertendo os valores do passado.
            O povo que antes se humilhava diante de políticos imponentes de outros lugares, agora se orgulhava por ser ele o dono do poder.

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